Ano 09 - Número 27 - Novembro 2008
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Edição número 27 | Entrevista VIP
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Entrevista com Nikolaus Von Bomhard, presidente da Munich Re
Por: Solange Guimarães
Nikolaus Von Bomhard, presidente da Munich Re, esteve há poucos meses no Brasil para celebrar o fato de sua companhia ser a primeira resseguradora estrangeira a atuar no País como operadora local, um feito que o executivo aguardava há 11 anos.

Foi Bomhard que, em 1997, abriu o escritório da Munich Re no Brasil. Naquela época, como principal executivo da resseguradora no País, ele participou ativamente da primeira rodada da regulamentação de abertura do mercado.

Mesmo com a abertura “demorando mais do que pensavam”, a Munich Re manteve o escritório no Brasil e a crença no crescimento da indústria de seguros brasileira. Nesta entrevista exclusiva à revista SulAmérica Online, Nikolaus Von Bomhard reafirma sua aposta no Brasil.
Nikolaus Von Bomhard
SulAmérica Online – O senhor conhece bem o mercado brasileiro. Qual a sua expectativa com o desenvolvimento da indústria de seguros no País, agora que o resseguro foi finalmente aberto?
Nikolaus Von Bomhard - Acredito que haverá um desenvolvimento ainda mais acelerado do mercado segurador, principalmente nos ramos onde há maior necessidade de resseguro. Com a abertura do mercado, o acesso ao mercado internacional será intensificado. As seguradoras poderão buscar com maior facilidade os produtos que já são comercializados em outros mercados e especialmente aqueles que já apresentaram grau acentuado de satisfação dos consumidores diretos de seguros. Essa dinâmica gera velocidade em prol do mercado e, especialmente, do público consumidor de seguros.
SAOL - A Munich Re optou por instalar-se no Brasil como resseguradora local, o que demonstra grande interesse em fazer negócios no País. Quais são as grandes oportunidades de negócios que o senhor vislumbra para os ramos de seguros de Riscos industriais e Comerciais?
NVB - A Munich Re tem visão ampla sobre o mercado brasileiro de seguros e não só atual, como também em relação ao potencial de desenvolvimento deste País. A economia do Brasil está crescendo, o que acelerará também o mercado segurador. Falar em crescimento nas obras de infra-estrutura é praticamente desnecessário, pois acompanhamos e já participamos dos negócios volumosos que envolvem as áreas de Garantia, Propriedade e Riscos de Engenharia.
SAOL - A expectativa dos brasileiros é que a abertura do resseguro traga uma leva de novos produtos, com coberturas diferenciadas que ainda não temos. Quais os produtos existentes no exterior que o senhor identifica com potencial de serem bem aceitos no mercado brasileiro?
NVB - Vários ramos e linhas de negócio poderão ser explorados pelas seguradoras nos próximos anos. Para citar alguns exemplos: seguros de viagem, seguros para assistência jurídica, seguros agrícolas, microsseguros. Os seguros de pessoas poderão ser incrementados, tal como já acontece em alguns países, pois representam poupança pública.
SAOL - O senhor avalia que as seguradoras brasileiras estão preparadas para este desafio? Quais seriam os pontos principais para os quais as seguradoras deveriam dar maior atenção?
NVB - Do nosso ponto de vista existem grandes diferenças no grau de preparação entre as seguradoras. Um dos pontos essenciais neste novo cenário e momento histórico do mercado de seguros brasileiro é a subscrição. As melhores práticas nas análises de riscos, com sistemas de precificação adequados e de acordo com o risco subscrito, devem ser buscadas. O preço justo e técnico do risco subscrito é a grande chave do sucesso e desafio para este novo mercado. Um ponto importante também é o aprimoramento das bases de informações sobre os negócios aceitos, ampliando as bases estatísticas. O gerenciamento integrado de riscos é outro desafio constante para o mercado como um todo, que se torna cada vez mais importante à medida que o mercado de capitais vem exigindo padrões de gestão e transparência maiores. Finalmente, a regulamentação da margem de solvência é mais um dos pontos para os quais as seguradoras deveriam dar mais atenção, considerando a necessidade de manutenção e suficiência de capital adequado para as suas operações.
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